Mudanças no Minha Casa, Minha Vida e juros mais baixos: vai ficar mais fácil comprar um imóvel em 2024?

O mercado imobiliário brasileiro apresentou um notável crescimento em 2023, impulsionado pelas mudanças nas regras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e pelo ciclo de quedas da taxa básica de juros. Segundo dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o setor registrou um total de 163,1 mil unidades vendidas no ano passado, representando um aumento de 24% em relação ao recorde anterior.

Essa ascensão também se refletiu em números financeiros impressionantes, com um incremento de 34,7% no valor vendido, atingindo a marca de R$ 47,9 bilhões. Especificamente no âmbito do MCMV, o volume de unidades vendidas aumentou em 42,2%, totalizando 117,4 mil unidades, enquanto o valor das vendas subiu impressionantes 55,1%, alcançando R$ 26 bilhões.

Esse cenário positivo para o mercado imobiliário, entretanto, não indica necessariamente uma redução nos preços dos imóveis. Especialistas apontam que os custos de construção ainda elevados e a margem de lucro comprimida das incorporadoras devem manter os preços em níveis elevados.

No entanto, as perspectivas para 2024 são promissoras, impulsionadas por três fatores-chave: a queda das taxas de juros, as mudanças no programa MCMV e iniciativas de crédito promovidas pelo governo federal.

Queda das taxas de juros

O ciclo de quedas da taxa básica de juros iniciado em 2023 pelo Banco Central tem implicações significativas para o mercado imobiliário. Com a Selic saindo de 13,75% para 11,25% ao ano, o setor imobiliário vislumbra um aquecimento, à medida que taxas de financiamento mais baixas se tornam mais atrativas para os consumidores.

Especialistas preveem que o ciclo de redução das taxas de juros continuará ao longo de 2024, possivelmente chegando a patamares próximos a 9% ao ano até o final do ano. No entanto, os efeitos desse movimento podem demorar alguns meses para se manifestar totalmente na economia.

Mudanças no programa MCMV

As reformas no programa Minha Casa, Minha Vida ampliaram as faixas de preço de enquadramento, proporcionando acesso a financiamentos mais atrativos para uma gama mais ampla de consumidores. Isso resultou em um aumento significativo nos lançamentos de unidades do MCMV, indicando uma demanda crescente por habitações.

Os últimos dados indicam um aumento de 39,8% nos lançamentos de unidades do MCMV entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023, e um crescimento de 26,5% no quarto trimestre em comparação ao ano anterior.

Iniciativas de crédito

Além das mudanças no MCMV, o governo federal está estudando a implementação do FGTS Futuro, que permitirá o uso de contribuições futuras do empregador como garantia para crédito imobiliário. Essa medida visa ampliar o acesso ao crédito e proporcionar maior segurança aos agentes financeiros, impulsionando ainda mais o mercado imobiliário.

Apesar das expectativas positivas para 2024, os especialistas e executivos do setor não preveem uma redução significativa nos preços dos imóveis. Ainda que tenha havido uma desaceleração nos aumentos de preços em 2023, os custos de construção continuam altos, mantendo as margens das empresas sob pressão.

No entanto, o mercado permanece otimista quanto ao crescimento e à estabilidade do setor imobiliário, impulsionado pelas condições favoráveis de financiamento e pelas políticas governamentais de estímulo ao acesso à habitação.

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