É crime andar com muito dinheiro em espécie?

Muitas pessoas se perguntam se é crime andar com grandes quantidades de dinheiro em espécie no Brasil.

A resposta curta é: não, não é crime portar grandes quantias de dinheiro. No entanto, existem alguns cuidados e regulamentos que precisam ser considerados para evitar problemas com a lei.

Neste artigo, vamos abordar os aspectos legais e práticos que envolvem carregar muito dinheiro em espécie e as possíveis implicações disso.

1. O que diz a lei?

A legislação brasileira não impõe um limite claro sobre a quantidade de dinheiro que uma pessoa pode portar dentro do país. Ou seja, você pode legalmente carregar qualquer quantia em espécie, desde que tenha a origem desse dinheiro bem documentada, caso seja questionado. O problema surge quando não se consegue justificar a procedência ou há suspeitas de que o dinheiro possa estar ligado a atividades ilícitas, como:

  • Lavagem de dinheiro: Que é o processo de disfarçar a origem ilícita de quantias obtidas por meio de atividades criminosas, como tráfico de drogas, corrupção ou sonegação de impostos.
  • Evasão fiscal: Não declarar corretamente a renda e, consequentemente, não pagar os tributos devidos pode levantar suspeitas quando alguém é encontrado com grandes somas em espécie.

Autoridades, como a Receita Federal e a Polícia Federal, podem intervir e apreender o valor, especialmente se houver indícios de crimes financeiros.

2. Regras para viagens internacionais

Um ponto importante para quem viaja ao exterior é a regra que exige a declaração de quantias superiores a R$10.000,00 (ou o equivalente em outras moedas) em espécie. Essa regra é válida tanto para quem está saindo do Brasil quanto para quem está entrando no país com esse valor. Ao ultrapassar esse limite, você deve fazer a declaração junto à Receita Federal, que poderá questionar a origem do dinheiro.

Se você não declarar e for pego com uma quantia maior, o dinheiro pode ser apreendido, além da aplicação de multas e, em casos extremos, a pessoa pode ser investigada por suspeita de crime financeiro.

3. Riscos e segurança

Embora não seja ilegal portar grandes quantias de dinheiro, isso pode trazer riscos à sua segurança pessoal. Andar com muito dinheiro pode torná-lo um alvo para criminosos. Em situações como saques bancários, é recomendável evitar chamar a atenção, e, quando possível, utilizar serviços de segurança.

Além disso, o uso de dinheiro digital, como transferências bancárias, Pix e cartões, tem sido cada vez mais incentivado, não só pela praticidade, mas também pela segurança que proporciona. Esses métodos reduzem o risco de assaltos e a necessidade de carregar somas elevadas em espécie.

4. Procedimentos durante fiscalizações

Se você for parado em uma operação policial, como uma blitz ou fiscalização, portar uma grande quantia em dinheiro pode levantar suspeitas. Embora você não seja obrigado a declarar automaticamente dentro do país, as autoridades podem pedir uma explicação sobre a origem do dinheiro.

Manter documentos que comprovem a origem legal das quantias, como extratos bancários, recibos ou contratos de venda de bens, pode facilitar sua defesa em situações de fiscalização.

5. Conscientização financeira

Em vez de carregar grandes somas de dinheiro, considere as vantagens de usar formas alternativas de pagamento, como transferências eletrônicas. Além de serem mais seguras, essas transações deixam um registro formal, o que pode ser importante para evitar suspeitas ou complicações legais.

No Brasil, a cultura do dinheiro em espécie ainda é comum em algumas regiões, mas está cada vez mais sendo substituída por formas eletrônicas de pagamento, principalmente com a popularização do Pix e outros meios digitais, que são rápidos, seguros e não deixam você exposto ao perigo de andar com grandes quantias.

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