Donos de Autoescolas protestam contra fim de obrigatoriedade na retirada da CNH

A inauguração da nova fábrica da BYD em Camaçari (BA), nesta quinta-feira (9), ganhou um capítulo inesperado: donos e trabalhadores de autoescolas se reuniram em frente à unidade para protestar contra a proposta que acaba com a obrigatoriedade de aulas práticas e teóricas para tirar a CNH.

Segundo os manifestantes, a medida pode provocar um colapso no setor e aumentar os acidentes nas estradas. O instrutor Jorge Luiz Araújo afirmou que a ideia de que autoescolas cobram caro é equivocada:

“Mais de R$ 1 mil são só em taxas e exames. O restante vai para as aulas práticas e teóricas, que garantem a formação do motorista”, disse.

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A diretora do Sindicato dos Funcionários de Autoescola, Suzana Barreto, alertou que a categoria foi pega de surpresa e que a decisão pode causar um impacto social devastador:
“Estamos falando de 300 mil pais e mães de família que podem perder o sustento. Sem obrigatoriedade, não vai ter aluno. Sem aluno, não vai ter emprego”, afirmou.

“Retrocesso perigoso”

Para o instrutor André Souza, com 25 anos de profissão, a mudança representa um retrocesso perigoso:
Se hoje, com aulas obrigatórias, o trânsito já é arriscado, imagine sem nenhuma preparação. Eu me sinto envergonhado, não sei o que será da minha profissão.”

Governo promete diálogo

O secretário de Trabalho da Bahia, Augusto Vasconcelos, comentou o protesto e afirmou que o presidente Lula terá a oportunidade de buscar um entendimento com a categoria.

Enquanto isso, a inauguração da BYD, que promete gerar milhares de empregos no setor automotivo, ficou marcada pelo embate entre o futuro da indústria e a incerteza no setor das autoescolas.

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