Desde 2020, a possibilidade de antecipar o FGTS tem se tornado uma alternativa para milhares de trabalhadores que precisam de fôlego financeiro. A modalidade permite sacar valores antes do prazo tradicional, funcionando como uma linha de crédito mais barata que os empréstimos convencionais.
Mas será que vale a pena antecipar o FGTS? A resposta depende da situação financeira de cada pessoa. Entenda como funciona e quais os cuidados na hora de decidir.
Como funciona a antecipação do FGTS
A antecipação está disponível apenas para quem optou pelo saque-aniversário, modalidade em que o trabalhador pode retirar parte do saldo do fundo uma vez por ano, sempre no mês do aniversário.
Em vez de esperar pela data anual, é possível solicitar a antecipação de vários anos de saque de uma só vez. O processo é feito pelos bancos autorizados e tem algumas condições:
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Ter mais de 18 anos ou ser emancipado;
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Estar com o CPF regular na Receita Federal;
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Possuir saldo disponível e sem bloqueio no FGTS;
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Ter conta corrente ou poupança no próprio nome;
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Autorizar a instituição financeira a consultar o saldo do fundo.
A grande vantagem é que não há análise de crédito tradicional, pois o pagamento é garantido com o saldo do fundo. Isso torna a operação mais simples e com juros menores que os do crédito pessoal comum.
Taxas e prazos
Atualmente, a taxa média de antecipação do saque-aniversário fica entre 1,25% e 1,40% ao mês.
O número de parcelas antecipadas pode variar de acordo com o banco, indo de 6 até 12 anos. A liquidação do empréstimo é automática: no mês do saque-aniversário, o valor é descontado diretamente da conta do FGTS.
Também existe a possibilidade de quitar a antecipação antes, usando recursos próprios.
Vale a pena antecipar o FGTS?
Em termos de custo e facilidade de contratação, a antecipação é mais vantajosa do que a maioria dos empréstimos pessoais. O dinheiro é liberado rapidamente e com juros mais baixos, já que o risco de inadimplência é praticamente zero.
Por outro lado, há um ponto de atenção importante: quem opta pelo saque-aniversário perde o direito ao saque-rescisão. Isso significa que, em caso de demissão sem justa causa, o trabalhador não poderá sacar todo o saldo do FGTS. Nessa situação, só terá acesso à multa rescisória de 40%, enquanto o restante ficará preso para os saques anuais ou para quitar a antecipação contratada.
Portanto, antes de tomar a decisão, é preciso avaliar:
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Você tem uma reserva de emergência para se manter em caso de desemprego?
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A multa rescisória de 40% seria suficiente para segurar suas despesas até conseguir um novo trabalho?
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O valor antecipado será usado para pagar dívidas caras (como cartão de crédito e cheque especial) ou apenas para consumo imediato?
Se a antecipação for usada de forma estratégica — como para quitar dívidas mais caras ou investir em algo que traga retorno — pode ser uma excelente solução. Mas, se for apenas para cobrir despesas do dia a dia, o risco pode não compensar.